Quando eu estava na 5ª série, com meus 11 anos, ficava na sala de aula cantando:
“Quem me dera ao menos uma vez, ter de volta todo o ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera ao menos uma vez, esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão de linho nobre e pura seda...
Que se cortava sempre um pano-de-chão de linho nobre e pura seda...
Quem me dera ao menos uma vez...”
Aí uma colega que sentava na carteira de traz perguntou:
- Que música é essa? Quem me dera?
- Não. O nome dela é Índios.
- Nossa! Nada a ver... cê só fica cantando isso, quem me dera, quem me dera...
Naquela época fica claro que ela e acredito que outras crianças não conheciam a maior banda brasileira de rock da vida – a Legião Urbana.
Eu gostava muito, ouvia as poucas músicas que tinha, assistia os poucos clipes que passavam na Mtv, mas confesso pessoas que eu também não conhecia. Digo isso porque não tinha noção da importância das letras, eu gostava do ritmo e sabia que as letras eram tremendamente inteligentes, e, dependendo da letra, até me identificava com algumas frases, mas não tinha noção do que realmente estava sendo cantado
Lembro que na época a música mais conhecida deles era Pais e Filhos - e acho que até hoje é-, é uma música que trata das diversas situações vividas entre pais e filhos como: filhos sem pais e que vivem na rua, filhos com pais separados, filhos e pais que não se conversam, filhos que tem medo... Enfim, várias as situações.
Pais e filhos, Índios e quase todas as outras músicas da Legião Urbana, conhecidas ou não, sempre procuraram retratar o Brasil em suas reais situações. Um Brasil que é sim um país bonito, mas que foi construído e segue em seu “desenvolvimento” em cima de corrupção, má organização, má governo, população cega, surda e muda, entre tantos outros problemas que vemos hoje, mas que já existiam há 10, 20, 30 anos atrás.
Clique aqui e ouça a música Metrópole do álbum Dois de 1986 e veja se te lembra alguma coisa.
A Legião Urbana surgiu em 1982, fruto de um desmembramento da banda Aborto Elétrico. Era formada a princípio por Renato Russo (vocal), Dado Villa-Lobos (guitarra), Marcelo Bonfá (bateria) e Renato Rocha (baixo) que ficou no grupo até o terceiro álbum (Que país é este?). Renato Rocha não foi substituído, assim a Legião passou a ser um trio e nunca deixou de ser sucesso.
Com álbuns políticos, românticos e/ou melancólicos a Legião nunca deixou de agradar.
Infelizmente a banda não existe mais, seu fim foi consequência da morte de Renato Russo. Renato foi diagnosticado com Aids em 1989, mas se entregou a depressão e acabou perdendo a luta, morreu em Outubro de 1996. Recebi a notícia pela rádio 89 (que na época era só de rock) pela manhã, o programa A Vez do Brasil, um programa só de rock nacional, foi todo de músicas da Legião. 11 dias após sua morte foi decretado o fim da Legião Urbana.
Eu gostaria de falar muito mais, de cada álbum, de carreiras solo, das músicas que eu mais gosto... Mas isso viraria um livro. Acredito que muita coisa faltou nesse post, por isso recomendo que ouça os álbuns. Não dê atenção a essas bandinhas de hoje, que se dizem rock, ouça Legião Urbana, prestem atenção nas letras e no som e conheçam o que é um verdadeiro rock nacional.
Discografia:
Legião Urbana – 1985
Dois – 1986
Que País é Este? – 1987
As Quatro Estações - 1989
V - 1991
O Descobrimento do Brasil - 1993
A Tempestade - 1996
Uma Outra Estação – 1997
Entre outros...
Beijos na Testa.
Algumas informações foram retiradas do site Wikipédia.
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