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Hercules



Eu havia começado o post como se fosse uma Wikipédia. Já tinha escrito vários parágrafos quando notei 3 coisas: era muita história pra contar e eu ficaria perdida, não importa a riqueza de detalhes com que eu poderia escrever, nada faria jus à esse grande artista, e não conseguiria encaixar minha experiência pessoal ao longo dos anos. Então resolvi começar tudo de novo.

Let's go!

Quando ainda criança, um canal de tv passava constante o clipe de Sacrifice... cara... como eu amava aquele cara com chapéu de padeiro, cabelo branco, cantando aquela música linda. Tanto que, após muitos anos sem ver esse clipe, quando o revi, notei que nunca guardei na memória que tem um casal no clipe (haha), mas ele, ele sempre ficou na minha memória. 

Anos após esse clipe, em 1994 (eu tinha 11 anos, nem tantos anos após assim), foi lançado o filme O Rei Leão, a música principal Can You Feel the Love Tonight, invadiu tvs e rádios, e lá estava ele, cabelo de tigela e terno branco cantando em pé, aparentemente desconfortável, procurando mostrar sensibilidade em cada letra. Acho que na época eu não fiz a conexão de ser o mesmo cantor que Sacrifice, embora soubesse seu nome antes e naquele momento.

Mas, antes disso, em 1992, ele protagonizou uma das apresentações mais esperadas por minha irmã e eu, e a torcida do Corinthians (se o time fosse americano), tocou piano frente à frente com Axl Rose na música November Rain na premiação Video Music Awards, da MTV americana.

Nós éramos fãs incondicionais do Guns n' Roses (já devo ter dito isso aqui zilhões de vezes) e o Axl fã de Elton John. Axl já disse em algumas entrevistas e tb quando apresentou Elton no Rock n' Roll Hall of Fame, que quando ouviu Bennie and the Jets, ele decidiu que queria ser um artista. Você já ouviu Bennie and the Jets? Ouça. Se puder, veja ele em alguma apresentação nos anos 70... melhor ainda, veja abaixo.

Sabe aquele tiozinho das músicas romanticas, 

então... não era bem assim, não é mesmo?


Em algum momento da minha vida, que não sei qual ou que ano, conheci a música You Gotta Love Someone, de novo ele de chapeuzinho de padeiro, todo de branco cantando enquanto lança olhares fofos através da lente azulada de seus óculos, bem... a música é bem o tipo de música que gosto, incentivadora a algo bom, nesse caso, não importa o que aconteça ou o que você faça, você tem que amar alguém. 

Acho que quando eu tinha uns 15 ou 16 anos, eu ouvi a coletânea Love Songs que, como o nome sugere, é uma coletânea apenas de músicas românticas (pelo menos na teoria) de Elton John, e com essa coletânea, conheci mais músicas, das quais amei de paixão. Ouvia sempre, geralmente fazendo algum trabalho de escola ou na frente do computador. 

Por volta dos 18, Elton me ganhou com o álbum Songs From West Coast, que trazia This Train Don't Stop There Anymore (videoclipe onde o jovem Elton é interpretado brilhantemente por Justin Timberlake) e I Want Love (este tendo como ator principal, Tony Stark... digo, Robert Downey Jr.). Comprei (ou fiz minha mãe comprar, não lembro como foi, mas tenho =)).


Todas as músicas apresentadas acima (exceto Bennie and the Jets) tinham lugares especiais em meu coração. Junto delas, uma veio pra somar, Sad Songs, uma das minhas músicas preferidas para cantar no karaokê, com uma letra tão real: "Músicas tristes dizem muita coisa".

Novos cantores, novas bandas, novas rotinas e Elton foi ficando pra trás, não 100% é claro, mas fui dando lugar a novas descobertas. 

Bem, esse ano descobri que uma música de Elton, Empty Garden, foi escrita para John Lennon, outro ídolo meu, após sua morte. Elton e Lennon eram muito amigos. O último show de Lennon foi no Madson Square Garden, em noite de ano novo, com Elton. Elton diz, até hoje, que foi o melhor show que ele fez. Certa noite, tive vontade de ouvir Empty Garden e fui atras de seu vídeoclipe, e foi então que aconteceu... Elton pegou em cheio a minha curiosidade, e decidi procurar uma coletânea rica que pudesse me apresentar sua trajetória aos poucos. 

Foi então que encontrei no Spotify a coletânea To Be Continued... Já amei o nome pois achei simples, direto e criativo.

Bora lá ouvir... algumas músicas introdutórias e então vem Your Song... péra? Não é cronológico? Sim... pra minha surpresa descobri que Your Song, uma música que sempre achei "avançada", foi o primeiro grande sucesso de Elton... What?! o primeiro sinal da genialidade desse menino. 

Olha que simpatiquinho <3 
Cada música que eu ouvia, me fazia me apaixonar cada vez mais (paixão mesmo, cara). 

Ao pesquisar a história de Elton, veio então a empatia e por consequência a simpatia por ele. Garoto tímido, com complexos, autoestima baixa, tentando entender se era gay ou o quê, míope, com uma voz maravilhosa e talentoso pianista. 

Quando Elton da entrevistas (até hoje nos seus 71 anos) seus olhos dançam de uma lado pra outro eventualmente, em suas primeiras apresentações, ele mal encarava o público, até ir ficando mais confiante. Por muitos e muitos anos ele entendia que as pessoas iam em seus shows por que era um evento interessante e divertido, e não por ele, pra vê-lo tocar e cantar. Seus óculos, serviam como uma fonte segura, onde ele podia se esconder daqueles com quem conversava.

Todas essas informações somadas à coletânea que eu ouvia todos os dias o dia inteiro, me despertou a vontade de ouvir os álbuns individualmente, mas decidi não ser cronológica, apenas me manter em seus primeiros álbuns.

Bem, Daniel, era uma das minhas músicas preferidas da coletânea Love Songs, então comecei pelo álbum dela - Don't Shoot Me, I'm Only the Piano Player. Daniel abre o álbum. Ouvi, e ouvi, e ouvi até me obrigar a ouvir outro álbum, Tumbleweed Connection. Este foi o escolhido por conta de uma música que aparecia toda vez que eu pesquisava alguma coisa, "Amoreena". Sério, ouça Amoreena, acho que é a música mais sensual e inocente que já ouvi, Elton canta de um jeito tão... não sei como explicar, que te faz querer ele cantando no seu ouvido (eu queria no meu). Tumbleweed Connection, não tem nenhum hit famoso aqui, mas é uma delícia de se ouvir.

O próximo álbum que escolhi trazer pra minha vida foi o conhecido como a obra-prima de Elton: Goodbye Yellow Brick Road. Aquele que contém Bennie and the Jets. Fantástico. Arranjos incríveis, piano incrível, letras incríveis e voz do Elton incrível. Faixa preferida que não é famosa: Dirty Little Girl, é demais! 

Após Goodbye Yellow Brick Road, escolhi ouvir Honky Chateau, que tráz Rocket Man e Monalisas and Mad Hatters (você conhece sim, não deve tá ligando o nome à música, e se não conhece, vá conhecer). Nesse, minhas músicas preferidas que não são hits aqui são: I Think I'm Gonna Kill Myself (a letra é muito boa), Susie (Dramas), Slave e Hercules. 

Falando em letra incrível, não falei sobre Bernie Taupin (desculpa gente, esse deve ser o post mais longo em toda a minha vida nesse blog, isso porque é muita coisa mesmo, to tentando resumir, mas tá difícil). Bernie Taupin é o parceiro musical de Elton. Eles se conheceram quando Taupin respondeu ao mesmo anúncio de um jornal que Elton respondeu. Desde então, Bernie escreve as letras e Elton bota a melodia, e nesses 50 anos de carreira nunca fizeram isso juntos... Bernie escreve, envia a letra pro Elton, que compõe a melodia e depois mostra pra Bernie e a coisa funciona, não é mesmo?
Elton John e Bernie Taupin
A parceria Taupin e John, trouxe um dos álbuns mais sensíveis, na minha visão, chamado de Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy (Elton e Bernie respectivamente). O álbum é autobiográfico... da parceria (isso tá certo, produção?). E da primeira à última música, rola muitas emoções. Esse álbum me faz chorar todas as vezes que escuto, principalmente a última, Curtains, me faz chorar pesado mesmo. Não sei porque.


Minha trajetória com esses meninos, está apenas começando, há muitos álbuns dos anos 70 pra ouvir, há muitos dos anos 80 pra conhecer, embora eu já tenha percebido que prefiro o Elton dos anos 70, com sua voz única, antes da operação que a deixou mais grave, se arriscando em suas músicas.



Elton hoje, vive feliz. No final dos anos 80, se assumiu publicamente gay, após um casamento de 4 anos com uma mulher onde viu que, de fato, não era pra ele. Hoje é casado com David Furnish e tem dois filhos com ele. Elton decidiu que quer vê-los crescer e por conta disso anunciou sua última turnê que deve encerrar em 2021.


E eu, por aqui, humildemente agradeço a Elton por sua carreira musical, foi sua voz e músicas maravilhosas que me motivaram a me inscrever no curso de canto. Quem sabe um dia não monto uma banda tributo.

Ah sim, porque Hercules é o nome do post? Elton nasceu Reginald Kenneth Dwight, mas odiava o nome porque era um nome de pessoa velha, alterou seu registro para Elton Hercules John. Hercules pelo herói grego? Não. Hercules, era o nome de um personagem em uma série, interpretado por um cavalo que morre em determinado episódio.

E, no final, esse post não faz jus à trajetória de Elton, quem sabe talvez, faço um parte 2.

How wonderful life is now you're in the world. I thank the Lord there's people out there like you.


Esse post foi feito ao som de Tumbleweed Connection (1970) e Caribou (1974)

Todas as imagens foram retiradas do Google e podem conter direitos autorais.

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